Independência

Os excessos fiscais do governo espanhol provocaram, a partir de 1780, movimentos insurrecionais, que, devido às incertezas quanto ao destino do império após a invasão da Espanha pela França em 1808, se transformaram em verdadeiras rebeliões armadas em 1810.
Inspirada na Revolução Francesa e no movimento de independência das colônias norte-americanas, a população de Nova Granada se uniu à corrente revolucionária para obter a independência. O movimento de maior importância foi a Revolução dos Comuneros (1781).

Em 1810, as jurisdições de Nova Granada expulsaram as autoridades espanholas, exceto em Santa MartaRiohacha e os atuais PanamáEquador. O levante de Bogotá, de 20 de julho desse ano, é comemorado como a data de independência da Colômbia. A capital colombiana, a essa época, contava com cerca de 50 mil moradores. A rivalidade entre os grupos que propugnavam uma federação e aqueles que tentavam centralizar a autoridade nos novos governos provocou uma série de guerras civis, que facilitou a reconquista, pela Espanha, das Províncias Unidas de Nova Granada, entre 1814 e 1816.
As execuções e castigos praticados pelos espanhóis favoreceram a unidade dos setores libertários. Um grupo de patriotas refugiado em Casanare, chefiado por Francisco de Paula Santander, iniciou a luta armada, com apoio de Simón Bolívar. Em 1819, realizou-se o Congresso de Angostura (hoje Cidade de Bolívar, na Venezuela), com delegados de Casanare e algumas províncias venezuelanas, no qual foi proclamada a criação da República da Grã-Colômbia, formada pelo que anteriormente fora o vice-reinado de Nova Granada[6]. No mesmo ano Bolívar invadiu Nova Granada e derrotou os espanhóis na Batalha de Boyacá, em 7 de agosto. Seguiram-se as batalhas de Carabobo (Venezuela), em 1821, e de Pichincha (Equador), em 1822, também vencidas por Bolívar.

Congresso de Cúcuta, em 1821, aprovou uma Constituição na qual se estabelecia uma forma republicana de governo e que elegeu Simón Bolívar como o primeiro presidente. Em 1822, sob a liderança de Bolivar, Nova GranadaPanamáVenezuela e Equador foram unidos como a República da Grande Colômbia, que fracassaria em 1830. Libertado o território colombiano, Bolívar concentrou sua ação no Peru, deixando Santander como vice-presidente da Grande Colômbia. Em 1826, com a expulsão definitiva dos espanhóis do continente, Bolívar regressou a Bogotá, onde suas ideias centralizadoras se chocaram com o federalismo de Santander. Bolívar tornou-se ditador, mas sucessivos atentados e revoltas, além do descontentamento de grande parte de seus antigos partidários, obrigaram-no a renunciar em 1830. Em poucos meses, o que havia sido o vice-reino de Nova Granada fragmentou-se em três Estados independentes: Venezuela, Equador e República de Nova Granada, depois Colômbia, na qual estava incluído o território do Panamá. A história política do país foi, desde então, basicamente um registro de conflitos, muitas vezes violentos, entre elementos liberais e conservadores para determinar a política de governo.
Em 1832, foi promulgada por Francisco Santander a Constituição de Nova Granada, garantindo os direitos civis e a separação entre Igreja e Estado, sendo emendada em 1858 para permitir a confederação de nove estados dentro de uma república central, agora conhecida como Confederação Granadina.

A partir da guerra civil de 1840-1842 e de hostilidades entre os partidos Liberal e Conservador, instituiu-se uma federação em que o governo central teve poderes muito reduzidos. A Constituição de 1858 restaurou um governo nacional forte. A rejeição da Carta pelos liberais levou à chamada "anarquia organizada".
Depois da vitória dos liberais na guerra civil, na presidência de T.C. Mosquera (1861-1864), os bens do clero foram confiscados e adotou-se uma Constituição Federal (1863), na qual se estabelecia a união dos Estados soberanos nos Estados Unidos da Colômbia.
Entre 1880 e 1894, os conservadores prevaleceram e retiveram o poder. Um segmento do Partido Liberal, encabeçado por Rafael Núñez, passou então a defender uma reforma constitucional e aliou-se aos conservadores. Em 1886, proclamou-se uma nova Constituição, de caráter centralizador, que aboliu a soberania dos Estados e estabeleceu o sistema presidencial na então denominada República da Colômbia. A Carta haveria de manter-se, com modificações, durante todo o século seguinte. O presidente Núñez devolveu à Igreja Católica os privilégios cuja supressão causara uma guerra civil na década anterior (concordata de 1883). Com sua morte, novas discórdias civis ocorreram entre 1884 e 1895.

Anos depois, o país se debateria na mais sangrenta das guerras civis colombianas: Guerra dos Mil Dias (1899-1903), encorajada pelos EUA, que deixou o país exaurido. Em 1903, o Senado se negou a ratificar o tratado de Hay-Herrán, que estabelecia o arrendamento aos Estados Unidos de uma faixa de território do istmo do Panamá(ou centro-americano) para construírem o Canal do Panamá. Os Estados Unidos organizaram uma rebelião no Panamá, que, depois da intervenção de tropas norte-americanas, culminou com sua independência.


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